Hoje descobri que consigo pegar em pedacinhos de sol,
São quentinhos, e cabem mesmo ao lado do coração.

Paz no meu peito!

Vejo uma nuvem a passar e apetece-me tocar-lhe,
Mas ela está tão lá em cima que me parece impossível,
Sonho que um dia será possível esta nuvem descer,
E numa fresca neblina, o seu orvalho refrescar a minha pele,
Infiltrar-se e pacificar o meu coração.

No dia em que isso acontecer,
Assino um tratado de paz com o mundo,
Pois nada mais importará,
Só a frescura que alimenta o meu peito.

Não boicotes o momento!

Que temes?
Temes arriscar num futuro incerto?
Tens razão...
Então porque não investes no presente?
É que esse já é garantido...
Já pensaste que podes desperdiçar aquilo que tens,
porque tens duvidas de como vai ser aquilo que ainda não é?

E se o que é hoje, não for amanhã?
Ainda não te habituaste?
É que desde que nasci não tenho visto nada além da incerza...
Eu já tive tempo para me habituar, e tu quanto tempo precisas mais?

O meu saco do que há-de vir, está vazio,
Mas o saco das memórias está cheio de doces,
Por isso guardo-o no peito, onde fica o paladar do meu coração.

Então e tu?
Já decidiste qual é o saco que vais encher?
É que o momento para o encher é AGORA!!!

Hoje que o dia e a noite duram tempo semelhante,
Vou celebrar de coração, igualmente dividido em luz e trevas.
Algures no meio onde os astros têm uma cura cintilante,
Manterei o meu espírito em pé e sem quebras.

Feliz Equinócio para todos.

Arde mas não queima...

Todos os dias acordo sem arrependimento,
O meu passado foi rico, o presente é abundante e o futuro é promissor.
Todos os meus defeitos valorizam as minhas virtudes,
Caminhei por majestosos palácios e tranquilos templos,
Atravessei tempestades no monte e secas no deserto,
Mesmo assim ainda arde uma chama no meu peito,
Uma chama mais viva do que no dia em que nasci,
Essa chama alimentando-se do meu espírito,
Queima o ressentimento, o ódio e a desilusão,
E aquece-me com amor e paixão (pela vida).

Rejeitando o que me magoa,
Amando tudo de bom que a vida me dá,
Construo um espírito maior,
Alimentando a chama no meu peito,
Que incendeia o meu corpo,
E toma conta dos meus sentidos,
Tornando-me capaz de o distribuir.

O meu peito não tem chave,
Está aberto e podes entrar,
Não tenhas medo de te queimar...

Quem ama não sofre...

Não culpes o amor do teu sofrimento,
Seria o mesmo que culpares a chuva de uma seca,
Da mesma forma não o podes moldar à tua imagem,
Tal como a chuva nunca cairá ao contrário.

Ama sem reparares que o fazes, porque é inevitável, porque não tens escolha, porque está na tua natureza.

Ama sem garantias, sem barreiras, sem desespero, sem necessidade de o fazer.

Ama com respeito, com liberdade, com prazer, com toda a tua existência.

Não cries a tua própria ideia de amor ... ama simplesmente!